História das etiquetas

17 Jun História das etiquetas

Colar uma etiqueta numa embalagem é um gesto habitual quando damos um presente ou queremos rotular um produto. Mas nem sempre foi assim.  

Sempre existiu a necessidade de informar sobre o conteúdo das embalagens, mas como é que evoluímos dos desenhos rudimentares às etiquetas dinâmicas e de alta qualidade que existem hoje? À semelhança de outras invenções, a história das etiquetas conta com curiosidades e avanços tecnológicos até se tornar uma indústria massiva. 

 

Séc. IX a.C. – Desenhos rudimentares 

Ilustrações básicas que ilustram o conteúdo de barris, odres e outros recipientes rudimentares são conhecidas desde o séc. IX a.C. 

 

1700 – A primeira etiqueta

 

A primeira etiqueta conhecida terá sido aplicada num vinho, por volta de 1700, quando um monge francês usou um pedaço de cordel para atar um pergaminho escrito à mão a uma garrafa. Sabe-se que, por essa altura, já eram usadas etiquetas farmacêuticas para identificar pequenas embalagens de utilização medicinal. Estas etiquetas eram geralmente manuscritas e ilustradas manualmente, coladas uma a uma com alguma espécie de goma caseira, num processo minucioso e demorado.  

A partir de então, as etiquetas tornaram-se indispensáveis.  

 

1798 – O princípio da litografia

Em 1798, duas invenções vieram revolucionar o processo de etiquetagem: a máquina de papel e o princípio da litografia. Passou a ser possível imprimir grandes quantidades de etiquetas para colar em vidro, cartão ou outros materiais.  

 

1810 – O papel das conservas

O desenvolvimento da indústria das conservas tornou mais premente a necessidade de comunicação. Era preciso transmitir aos consumidores o que estava dentro destas embalagens opacas e seladas, sem que fosse necessário abri-las. Desenhos à mão e carimbos revelaram-se métodos lentos, caros e ineficientes. Mas a litografia, que usava tinta de óleo para imprimir imagens em papel, de forma particularmente limpa e precisa, criava etiquetas facilmente legíveis e coloridas.
 

1850 – A impressão a cores 

A qualidade de impressão a cores melhorou bastante em meados do século e rapidamente se percebeu o impacto que a cor tinha na psicologia das vendas de produtos. A criatividade na etiquetagem e rotulagem tornou-se essencial para os negócios, tendo como objetivo captar o interesse do consumidor e transmitir a ideia de confiança e desejo.   

 

1880 – A goma adesiva 

O desenvolvimento de goma adesiva, por volta de 1880, possibilitou a colagem das etiquetas diretamente em latas e garrafas. Os produtores podiam imprimir as suas etiquetas e fazê-las aderir à embalagem, em vez de imprimir diretamente no material. Os rótulos com adesivos ativados por humidade, como nos envelopes atuais. 

 

1890 – A embalagem pré-cortada 

Robert Gair inventa a caixa de cartão pré-cortada em 1890. Um desenvolvimento que vem simplificar a produção em massa de caixas de papel dobráveis, cortadas previamente e compradas a granel. Em 1896, as bolachas da Nabisco passam a ser vendidas neste tipo de embalagem, devidamente etiquetadas.  

 

1935 – A etiqueta autocolante 

Outra grande invenção para a indústria surgiu em 1935: a etiqueta autocolante. O norte-americano R. Stanton Avery combinou peças de máquinas usadas com uma serra de sabre, criando assim a primeira máquina de etiquetagem autoadesiva do mundo. Agora, os rótulos podiam ser facilmente colocados na maioria das embalagens sem necessidade de cola. 

Passariam mais algumas décadas para as etiquetas autocolantes começarem a ser aplicadas numa escala massiva, graças ao desenvolvimento de novos tipos de adesivos. Estas etiquetas podiam ser coladas em todo o tipo de superfícies, como plástico, madeira, cartão, vidro, vinil e metal. Também eram fáceis de remover quando necessário. Assim, tornaram-se um pequeno elemento muito popular em todo o mundo, uma ferramenta útil para classificar embalagens, rotular ingredientes ou produtos e mesmo oferecer presentes personalizados. 

 

1970 – A etiqueta inteligente 

Por volta de 1970, surgiu a primeira etiqueta inteligente. Um desenvolvimento só possível devido ao avanço de novas tecnologias e ao progresso na leitura eletrónica.  

Com esta conquista, uma pequena etiqueta conseguia conter grandes quantidades de informação. O melhor exemplo é o código de barras, usado em praticamente em todo o mundo por empresas de comércio, indústria, logística e armazenamento. O uso digital e universal permitia que um mesmo produto fosse lido da mesma maneira por milhões de retalhistas. 

 

1994 – O QR Code 

O Quick Response Code, popularmente conhecido como QR Code, consiste num quadrado impresso com um padrão a preto e branco que pode ser lido por um sistema computadorizado, scanners a laser ou câmaras de smartphones. Esse padrão representa números de 1 a 9, letras de A a Z e caracteres kanji japoneses. Isto porque o código foi inventado pela empresa japonesa Denso Wave, subsidiária da Toyota Motor Corporation. Os códigos QR são usados hoje em dia para praticamente tudo, desde publicidade a bilhetes para espetáculos, acesso a websites a informações sobre produtos. 

 

 

As etiquetas são tão importantes para os fabricantes que embalam os seus produtos como para os retalhistas que os vendem e os consumidores que os usam. Dão informações preciosas sobre a constituição e características do produto, onde e quem o fabricou, para que serve e como deve ser usado. Ao longo da história das etiquetas, diversas inovações contribuíram para que toda essa informação fosse transmitida sem erros. Mas as etiquetas também podem ter um significado mais simples na interação humana. Podem transmitir algo tão pessoal como uma mensagem de Felicidades nos momentos mais importantes da vida.